As diferentes posturas


Outubro, Novembro e Dezembro de 2005 e janeiro de 2006 foram decisivos. Aos 24 anos, foi o momento de cortar laços, me desgarrar, criar asas, voar sozinho. Ou pelo menos, começar a aprender a me virar. Na TV TEM de Bauru fui contratado para ser produtor e repórter. Se na RIT eu era apresentador e ia pra rua eventualmente, em Bauru a situação era totalmente diferente. Penei. Momentos duros. Enfrentei não só a minha falta de experiência, a insegurança de estar numa cidade desconhecida, com pessoas estranhas e meu desespero de ter que resolver tudo sozinho, mas a má vontade de profissionais que já tinham séculos de casa e que não tinham paciência pra me ensinar e esperar que eu aprendesse. Afinal, ninguem nasceu sabendo e é o tipo de experiência que faculdade nenhuma te ensina. Como fazer uma boa reportagem? Ou melhor, como fazer uma reportagem? Ninguem explicava. Noção eu tinha. Mas, pra fazer da maneira como eles queriam, eu não sabia como. Giuliano Tamura, repórter de rede da TV TEM Bauru, e Ana Gueiros, editora de rede da emissora, e Edwin Gabriel, editor e apresentador de Bauru, foram os que mais me ajudaram a passar por essa fase. Muitas vezes, apenas com uma palavra de incentivo. Claro que muitos outros também me ajudaram, talvez de forma menos chamativa, mas fizeram a diferença. O problema é que nosso cérebro, infelizmente, guarda com muito mais facilidades os traumas e momentos dificias. Me recordo de uma ocasião em que o Osmar Chor, a quem sou muito grato pela chance que me deu na rede TV TEM, e que na época era chefe de jornalismo de Bauru, me escalou para apresentar o jornal local da emissora num sábado à noite. Na redação, pude ouvir uma conversa por telefone de uma funcionária (que era editora, mas pau-pra-toda-obra da tv) que ligou para o Osmar e perguntou: "Porque ele vai apresentar e eu não?". Não sei qual foi a resposta. Mas nada mudou naquela noite. O certo é que eu, novato de tudo, era agora tratado como uma ameaça aos empregos alheios. Segui em frente, ganhando experiência. Recebi criticas e mostrei que podia ser melhor. Passei o primeiro ano novo longe dos meus pais. Eles em São Paulo. Eu, apresentando o jornal da emissora no dia 31 de dezembro à noite. Saí da tv e passei o réveillon com a Gabriela, uma amiga de Sampa que, por sorte, tinha um namorado em Bauru. Meus dias estavam contados e 2006 prometia mudanças.

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